Tenho me sentido aflita e profundamente triste, ao parar nos semáforos e olhar nos olhos das pessoas vendendo balas, chicletes, canetas, etc.
Fico imaginando quantas unidades eles precisam vender por dia, para conseguirem garantir uma refeição. São pessoas em situação de desespero.
Somos todos responsáveis pela miséria que geramos. Já estou comprometida a ampliar o meu trabalho no sentido social em 2022. Preciso me responsabilizar pela parte que me cabe.
Uma sociedade que banaliza a fome, o desamparo, o abandono de seu povo mais carente, é uma sociedade adoecida.
A começar pela ambição desmedida que nos fez chegar a essa triste realidade. Falo pelo estado do Rio de Janeiro, onde vivo.
Sou madura e consciente o suficiente para rejeitar qualquer idolatria, seja de direita ou esquerda. É preciso considerar que o governo atual assumiu há três anos, enfrentando uma pandemia há quase dois. E também olhar com seriedade para as gestões anteriores.
Não há como negar que o nosso estado foi saqueado. Uma ideologia de desonestidade, desrespeito com o dinheiro público, desonra de empresas como a Petrobras e outras tantas que participaram de um esquema vergonhoso de corrupção.
São muitas pessoas dormindo ao relento, enquanto milhões foram desviados para contas privadas para alimentarem vidas de luxo de políticos corruptos. Para o bem ou para o mal, ninguém consegue esse intento sozinho.
O esquema vergonhoso ganhou tanto poder, exatamente por confiar na impunidade garantida pelo suporte dos governantes superiores.
Isso me leva a pensar que, no mínimo, houve conivência e incompetência.
Não há como negar isso .